A Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto) começa nesta sexta-feira, 14, às 15h, mas desde a última quinta-feira à noite, dia 13, a Fliporto, no seu segmento Arte, já começou a receber convidados no Espaço Janete Costa, que funciona no Parque Dona Lindu.
O local inaugurou com uma exposição do artista visual e fotógrafo Gabriel Wickbold, que construiu ao longo dos últimos anos uma obra que desafia fronteiras formais e provoca o olhar a reconsiderar o próprio ato de ver.
Em conversa com a Pernambuco, Wickbold, explicou que trouxe para o Recife obras de duas séries: “Sexual Colors” e da “I´m Online”, onde o movimento de luzes, sobreposições de materiais diversos em corpos humanos, dão a impressão de movimento, transcendência e até de acúmulo de texturas, como se fossem pinturas com camadas.
“Esse ano eu trouxe uma curadoria que completa 20 anos da minha carreira. São obras de séries específicas que foram produzidas a cada dois anos. A gente tem obras aqui da série “Sexual Colors”, que foi a primeira vez que eu desenvolvi essa ideia de que os modelos podiam ser instalações, e joguei tinta sobre eles. Depois a gente tem a “I'm Online”, onde eu usei as linhas para falar da nossa geração.”, explicou o artista.
Gabriel Wickbold falou, especialmente, da série mais recente, a “I´m Online”, que traz composições com relevos, fios, cordas. “Essa série tem muitos movimentos online, porque a ideia dela foi trazer que a luz viesse de dentro da gente. Então eu queria que o corpo se transformasse nesses fogos de artifício. Usei glitter para fazer essa movimentação e a partir desse momento eu comecei a compor essas imagens, traduzindo o ser humano como esse ser de luz.”
Para quem conferir as fotos, nem todas parecem partir de um retrato formal. Mas são. “Todos são modelos reais. Todo mundo é modelo embaixo de tinta, modelo embaixo de glitter, modelo embaixo das linhas. Então meus modelos são sempre as figuras que estão nesses movimentos, destacadas ali como o tema principal das minhas séries. Eu uso o homem para falar sobre o homem contemporâneo.”
A exposição ficará em cartaz no Espaço Janete Costa até domingo, e convive com quadros e trabalhos de outros artistas, que também estão expostos na Fliporto Fonseca, que completaria 100 anos.
Obras de Francisco Brennand também estão expostas, assim como o de outros artistas da terra, a exemplo de Romero Andrade Lima, que podem ser vistas nas diversas galerias que participam do evento.
Fliporto Literária
Quem for à abertura da Fliporto Literária nesta sexta, a partir das 15h, terá várias atrações. A Feira comemora suas duas décadas de vida este ano, e tem como homenageados os poetas Carlos Pena Filho e Miró da Muribeca, ambos recifenses. Os eventos da Fliporto Literária acontecerão no Teatro Luiz Mendonça, que também fica no Parque Dona Lindu.
A atração do dia começará às 17h, quando será realizada a palestra “Raízes ibéricas e lusitanas em Carlos Pena Filho”, com o escritor Mário Hélio Gomes de Lima. A mediação será realizada pelo jornalista Marcelo Abreu. Na ocasião, ocorre o lançamento da edição comemorativa do Livro geral, de Carlos Pena Filho.
No sábado, dia 15, a partir das 10h, o escritor Wellington Melo vai conversar sobre seu o poeta das ruas, Miró da Muribeca, com a palestra “Miró: poética para além do corpo”. Melo é autor do recém-lançado Miró da Muribeca - Estou quase pronto, que traz o selo da Companhia Editora de Pernambuco.
Às 10h40, será a vez de debater “420 Anos de Dom Quixote”, com a participação de Francisco Dacal, e mediação de Jorge Cabral. Na ocasião, os participantes reforçarão apoio ao movimento espanhol pelo reconhecimento de Dom Quixote e Sancho Pança como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
À tarde, às 14h, Tito Leite falará sobre “O Sertão e o grande Brasil profundo”. Às 18h40, será a vez da editora Ana Ferraz, da historiadora Maria Alice Amorim e do poeta Jorge Filó abordarem “A modernidade na literatura de cordel”.
O dia se encerra com o espetáculo teatral e musical “Carlos Pena e Miró cantam o Recife”, que tem direção do dramaturgo e escritor Ronaldo Correia de Brito.
Domingo
No último dia da Fliporto, a partir das 9h30, haverá várias mesas com debates e palestras. Entre elas, “Literatura na margem: o pixo é a periferia”, que acontecerá a partir das 14h, conduzida por Lepê Correia e Inaldete Pinheiro, com mediação de Ronaldo Correia de Brito.
Às 15h10, será a vez de “Poesia: uma ferramenta de libertação - Poesia, literatura oral, escritas negras”, com a participação de Odaílta Alves e Patrícia Naia, e mediação de Bell Puã.
A última mesa do dia faz uma homenagem ao Ano da França no Brasil. A partir das 17h30, Lucilo Varejão Neto falará sobre “A atualidade da Obra de Albert Camus”.
O evento será encerrado às 19h, com a Roda de poesia de Dom Hélder Câmara: “O Dom da Paz”, com performance da Literatrupe e participação do Instituto Dom Hélder Câmara.
O curador e fundador do festival, Antônio Campos, explica a importância desta edição. “Celebrar 20 anos da Fliporto é celebrar a palavra e o diálogo de uma festa literária que é patrimônio dos pernambucanos. A festa nasceu para aproximar as pessoas da literatura e do pensamento, formar leitores, e o seu crescimento ao longo destas duas décadas é prova do poder transformador da cultura.”
Serviço
Fliporto 2025 – 20 anos
13 a 16 de novembro de 2025
Parque Dona Lindu – Boa Viagem, Recife (PE)
Teatro Luiz Mendonça – Mesas e espetáculos literários (entrada gratuita; espetáculos artísticos pagos).
Espaço Janete Costa – Fliporto Arte (evento pago).
Evento Carbon Free
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