Sim, estimada, namorada, adorada, lida por olhos imberbes, que tentam ansiosamente lhe decifrar no tempo em que deveria ter vivido, ainda que esteja e seja transcendente nele, no tempo do agora. Você está dentro do que eles veem, existe sibilante nesses novos leitores. É isso que acontece mais de dez anos após a morte de sua matéria corpo, e venho por meio desta relatar que não somente é lida, relida e descoberta – removeram de você o manto do inacessível – como estão cuidando bem das “folhas pisadas de palavras” que deixasse pelo caminho. Sobre elas, pisam agora, e o fazem animadamente, Balalaika, Thor, Bolinha, Gigi, Lili, Leo, Lupi, Rufus, Camelito e Bolívia, a Bobo. Estavam quase todos imundos nesse dia, alguns voltando de uma chafurdada no riacho de um terreno vizinho. Ninguém sabe ainda como conseguem fugir, mas é fato que sempre latem para voltar, insuspeitos de culpa.
 
Foi, portanto, dia de banho coletivo nos cães. Renata* ia ajudar na tarefa. É ela quem cuida agora de toda a limpeza da casa, “obsessivamente” – palavra carinhosa do Daniel* – faxinando tudo pela frente. Graças a ela, a cozinha está aquele primor, cheiro de café em cafeteira italiana. Preocupação mesmo só com os cupins que vão e voltam. Nesse momento, os diligentes insetos tentam novamente argumentar usucapião sobre os móveis da casa. E mais uma vez, dado o esforço contínuo de Daniel e Olga*, a previsão é de que dentro de algumas semanas toda a madeira esteja livre da praga.
 
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Permanece um tanto escura a sua Casa do Sol, no conforto das sombras obscenas que circulam no, este sim, solar e lúcido pátio central. Olga me conta que a arquitetura do lugar, que completa 50 anos agora, é inspirada nos mosteiros descritos no Relatório ao Greco, de Níkos Kazantzákis. Ela só tem palavras grandiosas pra você. “Tudo que Hilda escreve é muito próximo do que sentimos todos. Só os grandes escritores conseguem isso.” Você, a grande escritora que tanto sabia ser, mas que tanto demorou a ser sabida pelos outros. Experimentou sim, ainda que muitas vezes tardiamente, as reverências e condecorações da crítica. Mas foi somente perto da morte que pôde brindar ao tão esperado agrado de ter sua obra completa adquirida por uma grande editora. O derradeiro acesso à massa de leitores.
 
Mas estamos em abril de 2015 e você, Hilda, é um sucesso editorial. Como diria Olga: “Os leitores já não têm mais medo”. Nas redes sociais, que é como as pessoas se comunicam hoje sem precisar de qualquer contato presencial (você não teria paciência), sua popularidade só sucede à de Clarice e Caio. Avise a ele disso. Aliás, melhor não, transformaram tudo dele (e de Clarice também) em frases escritas em itálico, fundo cor de rosa, compartilhadas como mensagens de autoajuda, o horror. Você, no entanto, carrega ainda o fascínio do inatingível. E eis então que toda aquela “vitimologia” que soube construir “com esmero, acuidade, pertinácia ao longo da vida, vai fenecendo como lebre arredia, famélica e assustada”. As missivas lhe chamando de “louca, velha lunática, pinguça, porca” deram lugar a cânticos de louvor pelo mistério quase bíblico de sua obra, expostos agora em uma geração de leitores que, lunática ela própria (e talvez menos cínica), parece te entender melhor. Será? Temo, por um lado, que estejam te lendo distraidamente, primeiro porque vivemos um momento de negligência do esforço de pensar, nosso déficit de atenção está se tornando uma questão de saúde pública. E segundo porque você se sabe de difícil penetração, disposta a se entregar somente para leituras já lubrificadas pela autoconsciência.
 
Por outro lado, a baleia há de aparecer. Explico:
Um professor que tive nos indicou um texto de Weber e resolveu fazer uma parábola quase infantil para estimular a leitura. E falou que lemos textos difíceis como aqueles cientistas catalogando quantas vezes a baleia aparece no oceano. Ela pode passar muito tempo sumida, mas pode também surgir várias vezes na mesma página, digo, na mesma hora. A baleia, esse animal gigante e desajeitado, como metonímia da cognição. Entender é grande. E desajeitado. Pois então, se por acaso ou ocaso, os jovens leitores de hoje te leem por ansiedade, sem paciência para esperar o rabo do mamífero marinho romper o mar, em algum momento lá adiante, eles terão a memória de ter visto algo no canto do olho, e te lerão novamente, e mais uma vez. Glória nas alturas.
 
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Conjecturas de lado, por enquanto, tudo que se pode afirmar é: chamam por teu nome. Mais na prosa e na poesia, menos no teatro, onde suas peças ainda carecem ser melhor aproveitadas. Há, de qualquer forma, livros novos previstos no caminho, até filmes. As cartas trocadas com o pai de Daniel serão em breve publicadas pela editora Globo. Hilda e Mora Fuentes* em foco. Quem as achou foi o próprio Daniel, durante um trabalho de pesquisa para a exposição que entrou em cartaz no Itaú Cultural. Você tem, veja só, a chancela e o patrocínio dos grandes capitalistas, os banqueiros. Na mostra do Itaú, leitores de todas as idades param, olham suas cartas, suas fotos, escutam sua voz clamando para que as pessoas se esforcem pelo conhecimento, pela beleza do conhecimento. Há quem folheie os livros e observo, claro, uma predileção pelos textos pornográficos, O caderno rosa de Lori Lamby lido avidamente. Você, que agora é pornô chic (tão chique que é chic anglo-saxão mesmo), sabe das perversões que nos alimentam.
 
A mostra se chama Ocupação Hilda Hilst. Te ocupam, senhora H. Te habitam, te haurem, te harmonizam com vinho tinto. “Josete entendia de vinhos como se tivesse nascido embaixo duma parreira de Avignon”. Hoje é você quem coleciona Josetes, especialistas e fãs. Já se imaginou com fãs? Daniel me fala que, de 2013 pra 2014, as vendas de seus livros aumentaram a nada modesta porcentagem de 100%. E de 2014 para o começo de 2015, mais 70%. No entanto, não há motivos para desassossego: continua a ser maldita, mesmo que uma maldita amansada à luz do desejo de compreensão. E não era isso, enfim, o que queria? Algumas dessas pessoas buscam no seu espaço físico esse entendimento. A Casa do Sol recebe visitas com constância, e há também os chamados “residentes criativos”. Recentemente, uma moça, artista plástica, ficou lá por 30 dias reproduzindo suas experiências em gravar sons do sítio à espera de escutar vozes do incognoscível. Foi um mês inteiro apenas ouvindo, nenhuma palavra dita. O vulto mudo dela, que se chama Luísa Nóbrega, assustava Daniel e Olga, ambos impressionados com a resiliência de seu silêncio voluntário. Teria ela achado tua voz? O que dissesse então? “Será que você não entende que não há respostas?”, Hildinha ecoando no fundo do gravador.
 
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Quanto às quase 300 horas de áudio que você própria gravou incessantemente à procura de uma prova científica da existência extracorpórea, elas estão bem guardadas e servindo hoje como base para um documentário de uma outra moça, chamada Gabriela Greeb. Há uma atriz interpretando teu corpo segurando um microfone no ar em busca dessa existência além da matéria. A foto dela saiu no jornal, circulou pelas famigeradas redes sociais. Mas isso não é tudo. Existe ainda o projeto de um filme baseado em Tu não te moves de ti e haverá também uma cinebiografia. Pois sim, uma cinebiografia de superprodução global: Walter Carvalho vai dirigir. Tainá Muller, uma jovem atriz aparentemente obcecada por tua obra, adquiriu os direitos para te interpretar. Há quem diga até que o filme pode virar minissérie da Globo, suposições ainda distantes. Hilda Hilst embriagada de fervor melodramático. A dissolução do sujeito, a polifonia, a fúria humana e a perplexidade do existir para leigos. Sem cinismo, há chances de essa brincadeira dar muito certo, de ver centenas ou milhares de pessoas desavisadas se interessando por sua obra e descobrindo novas sintaxes nela. E há chances também de ficar parecido com o dia em que duas senhoras, dessas bem carolas, vizinhas ali do bairro, decidiram entrar na Casa do Sol para assistir a uma peça tua. Saíram de lá catolicamente horrorizadas. Só não se sabe se foram dormir aquela noite mais próximas da agonia que do gozo.
 
A se falar em sua vizinhança, lamento informar que ela está crescendo nos largos passos da especulação imobiliária. Agora tem guarita com cancela para cancelar a entrada de indivíduos não-autorizados no condomínio. Mas a notícia ruim ainda não é essa. A guarita com o rapaz educado que anota nomes está ali porque no terreno colado ao seu, uma grande placa da Queiroz Galvão prenuncia a construção de 108 casas (108!) geminadas, com aquele pacote piscina, segurança, churrasqueira, crianças amarradas na ilusão de liberdade. Seus novos cachorros, que não cabem em coleiras, observam a limpeza do lote com os focinhos grudados no antigo portão de entrada. Sim, porque esse novo conjunto residencial está sendo construído justo ao lado desse portão, bem ali com vista para o corredor de palmeiras que antes servia de prelúdio à casa. Estão cobrando quase R$ 800 mil por cada uma das 108 vivendas, isso sem piso ou qualquer acabamento. Os brasileiros estão mais ricos hoje, se supõe. Mas andam se estranhando com novas crises. Nenhuma delas as suas.
 
Sobre seus próprios dotes acumulados em vida, Daniel anda cuidando muito bem de todos eles. Está fazendo jus aos muitos mimos que desse ao neto afetivo. Caminhando sobre a terra que hoje enterra vários de seus falecidos bonecos do Comandos em Ação, ele me fala de quando você deu a ele de presente de aniversário aqueles R$ 10 mil que ganhasse de um prêmio literário. Olga me conta que você mimava demais o filho dela. E entenda que deixar de herança para ele seus direitos autorais foi uma decisão acertada. O trabalho que ele faz para manter e crescer as atividades do Instituto Hilda Hilst está se compensando. Fico feliz também de lhe dizer que Mora comprou a parte da casa que era por herança do Rodrigo, seu sobrinho, conseguiu tombar a propriedade e, não que essa fosse uma preocupação sua, liquidou aquela dívida gorda que você havia deixado de IPTU. Seu quarto virou biblioteca. São seus mais de 3,5 mil livros que se deitam onde antes repousavam seus sonhos. Está tudo sendo catalogado, suas anotações revelando fantasmas entre as linhas, entrelinhas. Nesse trabalho, aliás, Daniel anda achando novos rastros seus. Ele fala em, no mínimo, mais um livro de poemas inéditos. “Mas acredito que são dois, na verdade. Com possibilidade de um terceiro livro de prosa”, me conta.
 
Sugiro que ele publique também o inventário de perguntas que você fez em toda sua literatura, pinçadas e organizadas durante a pesquisa para a exposição do Itaú Cultural. Ele faz uma anotação mental. Quem sabe a editora Globo não se anima. Algumas delas foram dispostas na exposição: “Se eu falasse com a voz do mundo, como falaria?” “E se eu ficasse eterna?” “O que esperais de um Deus?” “E quem é que você conhece que é civilizado?” “Até onde se pode realmente ser livre?” “O que será de todos logo mais, se não dilatarmos nossos corações ao infinito?”. Essa última ressoa em mim ao longo dos dias seguintes. O mundo está dando estranhas guinadas rumo ao “roxo escuro e negro” da solidão. Corações comprimidos desde a Rússia até o Brasil. Talvez por isso mesmo seus novos leitores entendam melhor quando você fala “no nosso tempo de desamor e lamento”, quando “é raro ser bom prelado, ser passarinheiro ou trapezista”. E mais do que nunca, precisamos ser mais equilibristas, menos equilibrados.
 
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Do lado de cá, seguimos felizmente a ter excesso de perguntas e ausência de respostas. Nossa literatura anda na moda, mas às vezes fica demasiadamente afeita a ela. Se escreve e se lê mais do que nunca, verdade. Mas os jovens profissionais que carregam os crachás das editoras estão cada vez mais próximos do bachalerado em publicidade e marketing que das aulas dos departamentos de Letras. Editoras fazem apostas altas, jovens escritores facilmente se tornam pequenas celebridades em feiras e antologias literárias: coquetéis, sorrisos, apertos de mão e entrevistas curtas, de palavras enxutas e treinadas, porque há cada vez mais parcos espaços para a crítica literária neste país, principalmente nos grandes meios de imprensa. Esta se encontra numa crise profunda de identidade e ética. Possivelmente, ririas de mim agora e diria, cigarro acesso na ponta dos dedos, “quando não”?
 
Nessa lógica de autores que se aquecem e se esfriam ao sabor do paladar publicitário, há quem pergunte por que meios se dá esse renascer de sua obra. Ouso elaborar algumas teorias de mesa de bar sobre o assunto. Foste, em toda a vida, uma mulher desviante. E no tempo em que pisaste sobre o chão, essas duas palavras eram muito mal vistas juntas. Hoje sua boemia, seu gosto pelo lirismo da carne humana, pelo erotismo como a fantasia que lacanianamente atravessamos até encontrar a nós mesmos encontra forte ressonância em todos os debates de uma “quarta onda” do feminismo, de jovens mulheres falando de aborto, assédio e do direito de dar a quem quiser em suas Marchas das Vadias. Você se espalha nessas meninas, nos meninos que se confundem com as meninas e naqueles outros que não negam sua condição de humana fissura. Se Drummond te diria sab(ilda), hoje facilmente te nomeariam a mais vad(ilda) de todas as vadias.
 
E mais: sua biografia trabalha a seu favor. A ideia da escritora que saiu das baladas paulistanas vestindo Denner e Clodovil Hernandez e, depois de fixar residência na Casa do Sol, em Campinas, passou a ser a reclusa exótica de túnica hippie, ajuda a criar uma moldura de deidade – a cruz na testa – que atrai muito mais do que repele os leitores. O fato de você ter passado anos à procura de vozes que comprovassem a existência em outro plano imaterial, mesmo que tendo feito tudo isso com rigor científico de quem trocava ideias com os renomados físicos Cesar Lattes e Mario Schenberg, colabora igualmente para que a vejam como uma feiticeira, e imputam seu domínio das palavras ao sobrenatural, como se seu talento fosse obra do divino.
 
No entanto esse divino, fingem não entender, está somente no esforço do pensar. Basta (te) olhar “com menos altivez e mais atento”. Basta ver o Buda, as santas e toda a miscelânea de totens na sua sala, sua espiritualidade científica, investigadora, metodológica. Basta lembrar como, justo no período de maior coerção da liberdade no Brasil, escreveste peças de teatro a questionar quem são os verdugos e quem são as vítimas de nossa sociedade. Espetáculos que deviam estar sendo encenados nesse momento, porque Hilda, preciso dizer, o país anda vivendo rompantes de amnésia coletiva. “Senhoras e senhores, olhai-nos. Repensemos a tarefa de pensar o mundo”, te escuto. A escritora do amor, do desejo e da política, todos esferas da obscenidade de existir.
 
De qualquer forma, é um tanto reconfortante saber que o folclore em torno da sua pessoa serve também como uma, mas não a única, estratégia de aproximação. Você-cavalo, você-cão, você-demasiadamentehumana e mortalmentecomum, não importa qual personagem-narrador dialogue melhor com quem agora te lê. Importa é que as vírgulas estão sendo postas e que seus leitores sobreviver-se-ão às suas mesóclises. Colada às tuas palavras, a desordem que todos precisamos achar.
 
Se eu disser que a Eternidade está em você? Acreditaria em mim? E que a derrelição que por tanto tempo imaginaste ser teu fado, essa se dissipa nas evidências de que tua obra está mais viva do que nunca? Não foste e não serás abandonada. Está presente na literatura, nos flamboyants, no pé de goiaba e de amora ao redor da casa. Hilda, Hillé, Hamadríade da enorme figueira que vigia e guarda Daniel, Olga, Renata e Esther Lourenço, estagiária do Instituto. Pessoas que, por sua vez, vigiam e cuidam da Casa do Sol, enquanto os cães guardam e protegem a sua poética errante pelo local. Os últimos dois que chegaram a conviver contigo morreram recentemente. Nenê se foi com 19 anos, problemas neurológicos. Daniel lembra como foi estranho abrir o portão e pela primeira vez não ser recebido por ele. Dadá teve câncer, mas alguns de seus netos se apropriaram hoje do “belíssimo pátio de pedras perfeitas” que construísse.
 
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Sim, todos eles estão bem. E sentem tua falta. Sonham contigo e possivelmente esperam ouvir tua voz por detrás dos diálogos passarinheiros da casa. Saiba você que logo após a sua morte, Mora, Olga e Daniel procuraram notícias de onde você poderia estar, digo, no plano etéreo. Visitaram uma mulher chamada Sonia Rinaldi que, teoricamente, fazia as mesmas experiências que você fazia com a captação de vozes estranhas. Pegaram o carro e passaram horas na estrada para chegar até ela. Saíram de lá, se sentaram num McDonald’s, se entreolharam e tiveram todos uma crise de riso. Não conseguiram nada, se não rir da ilusão de te achar fácil assim, disponível assim. De minha parte, pretendo manter intacta a gravação que fiz no dia que visitei a Casa do Sol. Nunca é demais revisitar os ruídos.
 
*Os personagens reais desse texto são, por ordem de aparição:
 
Renata Caldana, música, produtora e faz-tudo no Instituto Hilda Hilst. Conheceu a escritora antes dela morrer e decidiu viver no ambiente de sua obra.
 
Daniel Fuentes (ao lado),  filho de Mora Fuentes e Olga Bilenky, herdeiro dos direitos autorais de Hilda e hoje responsável pela administração do instituto que leva o nome da escritora. Passou a infância chamando Hilda de vó e diz, com a ironia própria de quem conviveu com alguém que não fazia distinção entre pessoas grandes e pessoas pequenas, ter sido a única criança a “sobreviver” a ela.
 
Olga Bilenky, artista plástica, mulher de Mora Fuentes, tendo ido morar com ele e Hilda nos anos 70. Hoje administra a Casa do Sol ao lado do filho. São ambos a memória da “família eletiva” de Hilda. Olga afirma que a figueira da casa já realizou vários de seus pedidos que, de preferência, devem ser feitos na Lua Cheia.
 
José Luís Mora Fuentes, escritor e artista plástico que se apaixonou por Hilda em 1968, tendo se tornado depois, ao lado do escritor Caio Fernando Abreu, um amigo inseparável. Pagou os R$ 3 milhões de dívidas de IPTU da Casa do Sol transformando o local em Instituto, do qual foi presidente até o ano de sua morte, em 2009.
 
A Casa do Sol fica no Parque Xangrilá, Campinas, São Paulo.