Como usar as redes sociais a seu favor na divulgação de trabalhos literários ? Muitos autores ainda se perguntam sobre isso. Mas a escritora pernªambucana Clarice Freire pergunta-se o contrário: como não usar essa ferramenta? Para ela, responsável por um debate sobre o tema na 15 Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, ao lado da produtora de conteúdo Karou Dias e do crítico literário Fábio Lucas, o uso da internet é essencial para a visualização de trabalhos.
O tema leitores de redes sociais, por sinal, é o alvo da tese de doutorado de Clarice Freire. “Tenho estudado a autoria do leitor nas redes sociais como um movimento novo no mercado literário mundial, no meu estudo, o leitor brasileiro mesmo, porque são leitores que têm se tornado uma força muito forte no fomento à leitura, na democratização também da leitura, em uma certa modalidade de crítica literária nova que nunca existiu.”
Porque se dependesse somente da crítica tradicional, afirma Clarice, o espaço para divulgação de novos autores seria muito pequeno e selecionado, em função dos que os críticos acham quem deve ser alvo de interesse.
“Na internet não. Os criadores de conteúdo e os leitores são entusiasmados, eles são apaixonados. Então, isso tem sido fundamental para criar espaços sobre livros e autores. Os clubes de leitura online também são importantes, muitos nascidos de movimentos ou espontâneos de grupos de leitores, ou são movimentos desses influencers de literatura que fomentam muito o hábito da leitura nas pessoas, sabe?”
Clarice lembra que os leitores da atualidade hoje contam com as ferramentas que não existiam antigamente, que são as das redes sociais e que já tem até nome, o BookTalk, o YouTube, o BookGram, todas essas redes sociais, é um nicho muito forte de influência, de literatura, que entram, por exemplo, na distribuição de brindes de livros das editoras. “As editoras têm uma relação direta com esses leitores, como ela tem com a imprensa tradicional.

Os produtores de conteúdo, ou influenciadores, são exatamente os novos protagonistas dessas histórias. “ É sobre eles mesmos que eu estou falando. Essa menina, Karou Dias, é um exemplo de conteúdo que atrai e agrega. Então, aeu sou muito entusiasmada com esse movimento. Eu acho que o leitor assumiu um protagonismo na história da leitura mundial que ele nunca teve.
Para os escritores que ainda não aderiram a esse novo espaço, Clarice observa: é impossível que seja ignorado. “Fico muito contente de ter participado de uma mesa em que a gente fala dessa autoria do leitor na rede social, porque, de fato, os leitores estão fomentando e abrindo portas para novos autores, por exemplo, que sem esse movimento orgânico dos leitores nas redes sociais não teriam voz nem vez, né?
A própria Clarice, há cerca de uma década, veio a ter seu primeiro livro publicado graças às redes sociais. “Eu publicava na internet, em 2013, 2014, o Pó de Lua. E eu não tinha livro publicado. Aí, muito rapidamente, eu ganhei um milhão de seguidores acompanhando aquela literatura autoral de uma mulher desconhecida do Recife. E a editora Intrínseca lá do Rio de Janeiro veio bater aqui, atrás de mim. Não foi por causa de outra coisa. Foi por causa dos leitores nas redes sociais. Então, eu tenho uma história com esses leitores.”
Romance
O primeiro livro a ser publicado por Clarice Freire foi Pó de Lua (2014). Em seguida vieram outros três livros de poesia, o último lançado em 2020.
A escrita da autora é leve, lírica e tem um olhar de introspecção cotidiana, muitas vezes sendo associada a Manoel de Barros e Adélia Prado. Agora, em 2025, Clarice se reinventou, e lançou um romance Para não acabar tão cedo, com selo da Record.
“Passei seis anos escrevendo esse romance. Foi um processo muito longo, muito intenso. De idas e vindas, de encontros e desencontros com essa história, até que finalmente eu decidi falar das minhas irmãs, que já tinham nascido dentro de mim há muito tempo.”
O processo de elaboração se resolveu quando ela descobriu quem seria o narrador. “Eu descobri o narrador do livro, que era o Tempo, quando eu descobri que ele que ia contar a história, foi quando a coisa andou completamente. E pra mim, não foi exatamente uma transição de uma linguagem pra outra. Porque eu acho que eu continuo na poesia, só que com outra forma de manifestação.”
A escrita da autora é leve, lírica e tem um olhar de introspecção cotidiana, muitas vezes sendo associada a Manoel de Barros e Adélia Prado. Agora, em 2025, Clarice se reinventou, e lançou um romance Para não acabar tão cedo, com selo da Record.
“Passei seis anos escrevendo esse romance. Foi um processo muito longo, muito intenso. De idas e vindas, de encontros e desencontros com essa história, até que finalmente eu decidi falar das minhas irmãs, que já tinham nascido dentro de mim há muito tempo.”
O processo de elaboração se resolveu quando ela descobriu quem seria o narrador. “Eu descobri o narrador do livro, que era o Tempo, quando eu descobri que ele que ia contar a história, foi quando a coisa andou completamente. E pra mim, não foi exatamente uma transição de uma linguagem pra outra. Porque eu acho que eu continuo na poesia, só que com outra forma de manifestação.”
Serviço - Bienal Internacional do Livro de Pernambuco
De 3 a 12 de outubro de 2025
No Pernambuco Centro de Convenções – Olinda
Ingressos antecipados em: https://zig.tickets/eventos/xv-bienal-internacional-do-livro-de-pernambuco-edicao-2025