Ainda que boa parte da historiografia dedicada ao processo de emancipação do Brasil seja desenvolvida a partir de acontecimentos localizados no Sudeste, é em Pernambuco que ocorrem alguns dos episódios mais concretos para as aspirações emancipacionistas de uma parcela da população, como é o caso da Confederação do Equador, movimento que, aliás, teve alcance para além das fronteiras do estado.
O movimento ocorrido em 1824 é consequência direta do quadro desenhado após o processo de independência do Brasil em 1822, quando o país virou um império governado por D. Pedro I. Longe de proporcionar autonomia e liberdade política, aquela independência perpetuava problemas existentes desde o período colonial e que, anteriormente, motivaram outros movimentos de insurreição por parte da população.
Se antes o governo centralizador tinha como ponto de partida Portugal, após a independência o autoritarismo vinha do próprio território nacional, pelas mãos fortes do imperador. Dessa forma, pode-se dizer que a bandeira da Revolução Pernambucana em 1817 não era diferente da levantada na Confederação do Equador sete anos depois. Natividade Saldanha, que esteve nas duas rebeliões, questionava, em 1824:
Antes ser livre e não ser independente do que ser independente e não ser livre. E que vantagem tiraríamos nós de tal Independência? (...) Antes viver na escravidão de Portugal do que na do Brasil, para que se não diga que os brasileiros foram tão estúpidos que, tendo forças para separar-se da metrópole e tendo ocasião de adotar um governo livre e acomodado às suas circunstâncias, adotaram um governo infame e vil (o do império), como são todos os governos absolutos.
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